O setor brasileiro de soja enfrentará desafios em um mundo em transição. Até 2050, as respostas do governo, do consumidor e do setor privado às mudanças climáticas, que denominamos “transições climáticas”, podem gerar uma queda de mais de 15 por cento nos preços da soja, colocando grande parte dos produtores de soja de hoje em um risco de mais de 60 por cento de perdas financeiras. Os déficits de lucratividade podem ser minimizados com a redução dos custos de produção, pagamentos de aluguel de terras e custos de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Além disso, as oportunidades proporcionadas pelas transições climáticas são imensas, principalmente devido aos mercados diversificados para produtos de soja. Os produtores de soja que investem em melhorias tecnológicas sustentáveis, propriedade da terra, reduções na intensidade de emissões e fluxos de receita diversificados da bioeconomia podem se beneficiar substancialmente com as transições climáticas. Um aumento projetado de 88 por cento no investimento de capital agrícola poderia desbloquear aumentos de rendimento de pelo menos 14 por cento até 2050, o que melhoraria a eficiência do uso da terra em todo o setor brasileiro de soja. Além disso, apesar da redução da procura por matérias-primas para as carnes de ruminantes, o papel da soja com a contribuição significativa para o suprimento global de proteínas vegetais, o fornecimento de petróleo à base de plantas e a oferta de biocombustíveis poderiam permitir que os produtores capitalizassem um aumento de mais de 14 por cento na demanda global projetada por soja.