O Setor de Soja Brasileiro em Meio às Transições Climáticas

O Brasil é o principal produtor mundial de soja, mas manter sua vantagem competitiva depende da adaptação aos impactos das transições climáticas à medida que o mundo responde às mudanças climáticas. Analisar os possíveis impactos da ação climática nesse setor crítico revela riscos financeiros significativos, além de oportunidades para investir em um futuro mais sustentável e eficiente para a produção de soja.

O Setor de Soja Brasileiro em Meio às Transições Climáticas

O Brasil é o principal produtor mundial de soja, mas manter sua vantagem competitiva depende da adaptação aos impactos das transições climáticas à medida que o mundo responde às mudanças climáticas. Analisar os possíveis impactos da ação climática nesse setor crítico revela riscos financeiros significativos, além de oportunidades para investir em um futuro mais sustentável e eficiente para a produção de soja.

As Transições Climáticas Poderiam Beneficiar o Setor de Soja do Brasil

Mesmo em um mundo que limite o aquecimento global a menos de 2 °C, as respostas do governo, do consumidor e do setor privado às mudanças climáticas, conhecidas como “transições climáticas”, alterarão significativamente o futuro financeiro do setor brasileiro de soja.

As partes interessadas no setor de soja que investem em melhorar a sustentabilidade e a eficiência das suas operações, reduzir a intensidade de emissões da produção, explorar os segmentos de mercados emergentes e em diversificar fluxos de receita podem observar oportunidades significativas surgirem à medida que as transições climáticas beneficiarem as perspectivas desta commodity.

Soy Report cover

As Transições Climáticas Poderiam Beneficiar o Setor de Soja do Brasil

Mesmo em um mundo que limite o aquecimento global a menos de 2 °C, as respostas do governo, do consumidor e do setor privado às mudanças climáticas, conhecidas como “transições climáticas”, alterarão significativamente o futuro financeiro do setor brasileiro de soja.

As partes interessadas no setor de soja que investem em melhorar a sustentabilidade e a eficiência das suas operações, reduzir a intensidade de emissões da produção, explorar os segmentos de mercados emergentes e em diversificar fluxos de receita podem observar oportunidades significativas surgirem à medida que as transições climáticas beneficiarem as perspectivas desta commodity.

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Impactos da Transição Climática no Setor de Soja do Brasil até 2050

As transições climáticas criarão riscos e oportunidades que afetarão os modelos de negócios e criarão volatilidade no futuro. Aqueles que investem em melhorias de eficiência sustentável e diversificam os fluxos de receita podem aumentar sua resiliência financeira e manter a competitividade em meio a essas mudanças.

Os modelos de como diferentes formas de ação climática afetam o setor de soja do Brasil mostram que as novas oportunidades para produtores e investidores são imensas à medida que ocorrem as transições climáticas, mas também surgem riscos financeiros significativos.

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Possível aumento do investimento de capital na agricultura brasileira até 2050, impulsionado pelo financiamento de produtos livres de desmatamento e de baixas emissões em transições climáticas – uma oportunidade com potencial de US$ 157 bilhões

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Possível aumento do investimento de capital na agricultura brasileira até 2050, impulsionado pelo financiamento de produtos livres de desmatamento e de baixas emissões em transições climáticas – uma oportunidade com potencial de US$ 157 bilhões

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Possível queda nos preços da soja para os produtores até 2050 em comparação a 2020

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Possível declínio na área disponível para plantação de soja, uma área maior do que a nação de Belize, em comparação a 2020

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Possível aumento da produtividade por hectare em 2050 em comparação a 2020

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Possível aumento da demanda global por soja em comparação a 2020

Conforme projetado no cenário de Política de Previsão Modesta alinhado a menos de 2 °C.

Consulte as 8 Tendências que Impulsionam as Transições Climáticas Para o Setor de Soja do Brasil

1. Precificação das emissões
Os preços das emissões de GEE podem aumentar significativamente os custos de produção para os produtores de soja com emissão intensiva e criar oportunidades para diversificar os fluxos de receita.

2. Restrições de terra
A ação climática, as medidas de conservação da terra e a competição por terras provenientes da bioeconomia podem reduzir a disponibilidade de terras agrícolas acessíveis em até 36 por cento entre 2020 e 2050.

3. Melhorias de rendimento
À medida que os modelos de negócios dependentes de grande uso da terra e desmatamento se tornam menos viáveis, os produtores de soja podem se adaptar priorizando investimentos de produtividade sustentável e melhorias de processos para aumentar a produtividade em terras existentes e em pastagens degradadas.

4. Crescimento modesto da produção
Os aumentos da produção são apoiados pela implementação de tecnologia de baixo custo e práticas de manejo sustentável.

5. Aceleração do investimento
O investimento em bens de capital, em terras, a adoção de tecnologia avançada e melhores práticas de manejo podem aumentar a eficiência da produção.

6. Quedas no preço da soja
Os preços do produtor podem diminuir devido à mudança da demanda de soja e menores custos de produção impulsionados pela inovação tecnológica.

7. Mudanças na preferência do consumidor
A demanda por matérias-primas de carnes de ruminantes pode diminuir em um cenário de transição, mas a diversidade de aplicações de soja downstream pode oferecer alguma resiliência nos mercados internacionais.

8. Vantagem competitiva nas exportações
O Brasil tem potencial para aumentar sua vantagem competitiva da soja livre de desmatamento, de baixa emissão e de alto rendimento em transições climáticas e aumentar as exportações, apesar do declínio nos volumes globais negociados de soja.

Como a Mudança Climática Está Impactando o Setor de Soja do Brasil

A soja é um componente essencial da economia brasileira, que emprega quase 2 milhões de pessoas e tem representado cerca de metade do valor anual da produção agrícola do país nos últimos anos. O setor é um importante catalisador do crescimento econômico, mas também contribui para as emissões de gases de efeito estufa no país, com mais de 40% das emissões de soja ligadas à mudança do uso da terra.

À medida que o Brasil trabalha para atingir seus próprios objetivos climáticos, ele também procura conquistar a reputação de líder climático no cenário mundial antes da Conferência de Mudanças Climáticas da ONU de 2025, a COP 30, em que o Brasil será o anfitrião e a principal figura para impulsionar a ação climática global. Pressões adicionais de governos internacionais, dos investidores, das empresas e outros atores estão mudando as perspectivas financeiras para a soja brasileira para procurar por um futuro livre de desmatamento e com baixas emissões.

Mudanças na precipitação (mm)
(Entre 1961-1990 e 1991-2020)

Riscos Climáticos Físicos Intensificam as Transições Climáticas

O setor agrícola brasileiro tem enfrentado o agravamento dos impactos físicos das mudanças climáticas nos últimos anos, o que impacta tanto os rendimentos quanto os custos operacionais. Esses impactos estimulam a ação na forma de transições climáticas.

Os riscos climáticos físicos são bem conhecidos do setor agrícola brasileiro, à medida que as implicações financeiras das condições climáticas extremas se materializam. As secas recentes em todo o país impactaram o setor, inclusive com a perda de quase metade da safra do início de 2022, com perdas financeiras estimadas em mais de US$ 7,2 bilhões.

À medida que a sociedade, o setor privado e os legisladores se conscientizarem do impacto financeiro das mudanças físicas na economia brasileira e os produtores agrícolas se mobilizarem para proteger os recursos naturais que criam a vantagem competitiva do Brasil, o risco de transições climáticas repentinas aumentará.

As Influências das Transições Climáticas no Setor de Soja do Brasil

As transições climáticas abrangem uma variedade de fatores que transformarão o futuro da economia global.

Por meio de uma variedade de caminhos de transição climática, modelos econômicos e financeiros revelam que alcançar maior eficiência de produção, padrões mais elevados de sustentabilidade e menores custos de produção por meio de tecnologia e de redução na intensidade das emissões poderiam ajudar os produtores do setor brasileiro de soja a resistir a choques econômicos e aproveitar os aumentos previstos para a demanda global.

Os riscos financeiros aumentarão para muitos produtores, mas a mitigação proativa desses riscos pode reduzir as perdas financeiras, enquanto os líderes de mercado podem até experimentar ganhos financeiros por meio de oportunidades de transição climática.

Saiba Mais Sobre o Que São as Transições Climáticas

As mudanças climáticas e as ações adotadas para mitigar seus impactos, conhecidas como transições climáticas, representam algumas das maiores mudanças sistêmicas que nossas economias já viram. “Transições climáticas” referem-se a mudanças na política interna, nas preferências dos consumidores, nas regulamentações internacionais, na concorrência impulsionada pela tecnologia e outras demandas do mercado por sustentabilidade que transformarão o futuro da economia global, principalmente em todo o setor da soja brasileiro. Os riscos de transição climática  – legais e de política, tecnologia, mercado e reputação  –  são todos armadilhas em potencial que podem afetar o desempenho e são cada vez mais críticos para serem abordados, e todos apresentam as respectivas oportunidades para os líderes de mercado.

Para o Brasil, as novas políticas contra o desmatamento, o comércio internacional, as normas de sustentabilidade e as metas líquidas zero das empresas ou de investidores contribuem para a transição do setor da soja para um novo paradigma que as partes interessadas devem gerenciar de forma proativa. Saiba mais sobre as transições climáticas específicas que afetam o setor da soja brasileiro em nosso relatório.

Baixe o relatório

Análise do Cenário de Transição Climática Para o Setor de Soja do Brasil

A Orbitas aplica diversos cenários futuros possíveis com diferentes níveis de ambição para informar as partes interessadas onde existem riscos e oportunidades.

A Orbitas utiliza cenários alinhados com 1,5 °C e 2 °C de aquecimento para apresentar os possíveis impactos que as transições climáticas podem ter sobre o setor brasileiro de soja e, refletir como diferentes níveis de ambição de ação climática podem criar riscos e oportunidades financeiras significativos. Esse tipo de análise de cenário fornece ao setor os dados prospectivos necessários para se entender melhor a variedade de impactos futuros e identificar onde novos investimentos em resiliência são mais necessários.

Saiba Mais Sobre a Análise de Cenários da Orbitas
Utilizamos vários cenários diferentes para apresentar os possíveis impactos que as transições climáticas podem ter sobre o setor brasileiro de soja e refletir como diferentes níveis de ambição de ação climática podem criar riscos e oportunidades financeiras significativos. Para ajudar os produtores e investidores brasileiros de soja a entender a escala de impactos das transições climáticas, este relatório destaca um cenário de referência plausível alinhado com a manutenção do aquecimento global abaixo de 2 °C. Ele modela o impacto das políticas e ações climáticas previstas na economia real até 2050, traçando efeitos detalhados sobre os preços do produtor, a produtividade das culturas e as taxas de desmatamento. Este Cenário da Política de Previsão, está alinhado com a iniciativa de Resposta Política Inevitável elaborada pelos Princípios para Investimento Responsável apoiados pela ONU. Esses princípios foram assinados por investidores com mais de US$ 121 trilhões em ativos sob gestão.

Este relatório analisa como diferentes tipos de transições climáticas afetarão os resultados financeiros críticos para os produtores, investidores, compradores e outras partes interessadas no setor de soja. A seguir, consulte os possíveis resultados para o setor brasileiro de soja:

  • Preços futuros para os produtores de soja
  • Mudanças na área disponível para cultivo
  • Mudanças nas exportações brasileiras de soja
  • Melhorias na produtividade por hectare
  • Lucratividade para diferentes tipos de produtores de soja
  • Perfis dos produtores de soja mais e menos propensos a sofrer perdas financeiras
  • E mais

Baixe o relatório

Probabilidade de perdas financeiras para produtores com choques nos preços da soja e aumentos nos choques de transporte

Identificando Onde e Quem os Riscos e as Oportunidades da Transição Climática Podem Impactar

A análise da Orbitas da produção brasileira de soja também mostra como diferentes regiões, tipos de produtores e soluções podem impactar o futuro financeiro das partes interessadas.

A aplicação de possíveis choques de preços a produtores em todo o Brasil apresenta quem pode enfrentar riscos maiores à medida que ocorrerem diferentes tipos de transições climáticas. Produtores que têm baixos níveis de eficiência de produção, custos mais altos e aqueles que têm vínculos com desmatamento ilegal e mudanças no uso da terra enfrentarão o maior risco.

Até 2050, a probabilidade de perdas financeiras decorrentes de choques econômicos comuns em transições climáticas poderia ultrapassar 60% para parte dos produtores de soja brasileiros nas margens operacionais atuais.

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Aumento na lucratividade para fazendas de Alto Desempenho devido à inovação tecnológica até 2050.

Fazendas de baixo desempenho sem pagamentos de aluguel de terras podem aumentar a lucratividade até 2050 em R$4210 se comparadas a fazendas que pagam pelo aluguel de terras.

Por outro lado, melhorias comprovadas na eficiência da produção e na manutenção dos caminhos para a propriedade da terra podem desenvolver a resiliência e proporcionar aos líderes de mercado ganhos financeiros em novas oportunidades impulsionadas pelas transições climáticas.

As partes interessadas proativas podem:

1. Adotar avanços tecnológicos e práticas agrícolas sustentáveis para aumentar a eficiência.

2. Reduzir a intensidade das emissões da produção para reduzir os custos operacionais.

3. Mitigar a exposição a choques econômicos.

4. Reduzir os pagamentos pelo aluguel de terrenos.

5. Adaptar-se para atender a demanda de segmentos de mercado em crescimento.

6. Obter renda complementar proveniente dos mercados emergentes da bioeconomia brasileira.

Saiba mais sobre a Análise de Riscos e Oportunidades da Orbitas
RISCOS EMERGENTES
A rentabilidade da produção de soja varia significativamente em todo o Brasil, mas os produtores menos eficientes que dependem da limpeza de novas terras para obter lucro enfrentam o maior risco. Sem se adaptar às transições climáticas, as fazendas de baixo desempenho de hoje podem enfrentar quedas de rentabilidade de mais de US$ 617, e os produtores que deixarem de investir em práticas de manejo sustentável e eficiência na produção correm o risco de perda financeira já em 2030.

OPORTUNIDADES SUSTENTÁVEIS
Os produtores brasileiros de soja podem aproveitar um aumento de mais de 14% na demanda global por soja até 2050 devido ao crescimento dos mercados de proteínas vegetais, biocombustíveis e mercados de carnes de não ruminantes. O investimento em inovação tecnológica de aumento da produtividade pode levar a um aumento de 83% na lucratividade de fazendas de alto desempenho. Os produtores também podem aumentar a resiliência por meio da diversificação dos fluxos de receita dos mercados em crescimento, desencadeados pelos esforços para enfrentar as mudanças climáticas.

NOVAS OPORTUNIDADES DE MERCADO

Há mercados em crescimento para outras práticas de uso da terra que podem transformar terras degradadas em ativos lucrativos para diversificação das oportunidades de receita em todo o Brasil rural. Fluxos de receita adicionais incluem agroflorestas, produtos florestais não madeireiros e mercados de carbono à medida que os preços dos gases de efeito estufa aumentarem.

Baixe o relatório para obter mais detalhes sobre esses novos mercados e como o setor de soja do Brasil pode gerenciar riscos e oportunidades de forma proativa.

Baixe o relatório

Os Líderes do Setor de Soja no Brasil Têm a Chance de Fazer as Transições Climáticas Funcionarem Para Eles

As mudanças climáticas e as próximas transições na economia global oferecem uma oportunidade para o surgimento de novos líderes de mercado no setor de soja do Brasil.

Um futuro que seja sustentável e lucrativo exigirá um nível radical de colaboração entre as principais partes interessadas no Brasil e o apoio da comunidade internacional. Há uma oportunidade para aqueles que são proativos, e essas observações representam um sistema de alerta precoce para se preparar para as transições climáticas.*

Consulte o relatório completo para saber mais e confira o conjunto de ferramentas on-line da Orbitas para entender melhor as transições climáticas e seus impactos.

A herd of cattle rush toward the camera

Relatório: Setor de Soja do Brasil

A análise do setor brasileiro de soja mostra que os riscos representados pela manutenção das práticas de produção e pelos modelos de negócios atuais são relevantes para investidores, produtores e toda a cadeia de valor do setor.

 

Analisador do Setor de Soja

Utilize esta ferramenta para entender os riscos e as oportunidades materiais associados às transições climáticas e os riscos financeiros associados a possíveis choques na produtividade, nos custos de transporte e nos preços de produtos que os produtores provavelmente encontrarão até 2050.

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Analisador de Desmatamento Ilegal

Use esta ferramenta para examinar a distribuição do risco de desmatamento ilegal e as multas de fiscalização aplicadas nos biomas Amazônia, Cerrado e Pantanal no Brasil.

* Nota: O material produzido pela Orbitas é fornecido apenas para fins informativos e não deve ser interpretado como uma recomendação de investimento.

Este relatório foi produzido com o apoio financeiro da Children’s Investment Fund Foundation (CIFF) e com a facilitação da Nature Finance.